24 março 2010

Um país de todos

Existem certas coisas que eu tenho vergonha de admitir que gosto, mas não por achar tal coisa ridícula, e sim porque estou ao lado de gente fanática por essa mesma coisa. Parece que sou um outsider por conta deles, e que eu não sei gostar de verdade daquilo. Nem falo daquela questão de gostar de "Adeus, Lênin" por ver a bonita relação mãe/filho ou por gostar de "Adeus, Lênin" por mostrar a falência de um sistemazzZZzz.

Dois exemplos disso são Los Hermanos e Teatro Mágico. Eu não entendo o nível de fanatismo que essas duas bandas provocam. Eu ouço e pronto, para mim é boa música, mas se amanhã acabam a vida segue. Quando os Los Hermanos anunciaram o fim, teve uma amiga que perguntou para mim o que seria da vida dela, que ela estava na merda, que tudo que restava na vida dela era o Los Hermanos. Bom, a banda acabou, mas ela ta aí, até hoje.

Teve também um caso de um cara, em uma comunidade no orkut, que contou para mim que ouvia Teatro Mágico porque a banda valorizava a cultura nacional e ensinava a aceitar as pessoas como elas são. Olha aí, nem sabia que o Manoel Carlos fazia parte da banda. Mas enfim, fiquei uma semana sem ouvir os pobres coitados de Osasco por pura vergonha alheia.

O que me leva ao caso da semana que passou: Senna. O nosso amigo Cleber Machado Fake foi bombardeado e quase teve sua retórica queimada e pendurada em praça pública por ter feito piada com o santo nome do santo Senna em vão. "Não se mexe com os heróis nacionais". "Senna merece todo respeito do mundo por fazer o que fazia", e outras asneiras patriotas do tipo. Eu gosto do Senna, e mesmo assim acho que ele já conquistou todo o respeito do mundo que merecia, inclusive em forma de milhões de dólares. A impressão que dá é que ele vivia num daqueles filmes estranhos, em que um cara apenas, ao realizar uma simples tarefa, liberta todo um povo. É de se admirar que hoje não tenhamos pistinhas de kart em cada lugar onde há um campinho de futebol.

Sabe porque eu como fã do Senna não fiquei ofendido? Aí está o grande pulo do gato, caros fanáticos analfabetos funcionais: NÃO HOUVE piada alguma que questionasse o talento e a habilidade no volante do Senna. Tudo que foi dito foi uma simples redundância do tipo "ele não correria hoje porque tem 50 anos". Ou o que, todo mundo achava que Senna estaria ganhando GP's de Mônaco até hoje? Mas bastou isso para todas as viúvas se ouriçarem e se desesperarem. A mera menção do sagrado nome de São Senna, essse menino humilde que jogava o carro contra o Prost por amor à pátria, foi o bastante para um ataque a um fake (hahahha gente, vamos rir, ataque a um FAKE).

O mais divertido de tudo é que o Fake se divertia com todas as reações, das mais exaltadas até as mais simples. Que pena para todos eles que nem conseguiam acertar na cara de uma pessoa de verdade.

então amiguinhos, um pouco menos e idolatria e um pouco menos de patrulha e zelo sobre a imagem de gente que nem conheceu vocês. E não se curvem para um cara que de curva não entendia nada, tanto que não soube fazer uma.

P.S.: Estava com aquele texto de estréia engatilhado e esqueci de dar o grande crédito para a volta do blog. Patrícia, eu Te Amo, Porra.

18 março 2010

Reiniciando

Sempre que eu ouço as pessoas falando que "a Internet não presta", eu sempre argumento da mesma forma: Podia ser pior, a internet podia ter o Felipe Dylon de dread tocando Iron Maiden.

A internet - e este blog - me proporcionaram muitas coisas na vida. Amizades, dinheiro, mulheres gostosas e principalmente essa vontade louca de mentir.

Estamos numa nova-velha era, onde o retrô dita as tendências, mesmo que seja com coisas ridículas que nunca deveriam ter voltado, como a Ploc 80, a Renault F1 abelhona e o Marcelo Dourado.

Pois então, nada melhor que retornar com um clássico que nunca foi, a eterna promessa, o Michael Owen dos blogs: Eu e Jack McFool, meu amigo imaginário, conversamos longamente sobre esse retorno, afinal, será que o Sonambulismo já não deu o que tinha que dar? Desconfiamos que sim, mas através de muito jogo de cintura, pilantrimos literários e recauchutagens de posts antigos que vocês nem lembram (ou nem leram, foram direto pros barracos em comentários), vamos retornar com esse blog da geração web 1.0, que postava loucamente por absoluta falta do que fazer.

Porque pior que isso, só se a internet tivesse o Felipe Dylon cantando Iron Maiden.

11 março 2010

testando versão 2010